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Este microbook é uma resenha crítica da obra: Who gets what and why: the new economics of matchmaking and market design
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 0544291131, 978-0544291133
Editora: Portfolio
Todos os anos, milhares de jovens americanos se aplicam para entrar em universidades. Alguns deles conseguem entrar nas melhores, enquanto muitos outros não conseguem. E esse sistema pode parecer uma grande loteria, mas uma maneira adequada de observar a situação, é pensar em um grande mercado com falhas muito severas.
Quando estamos falando sobre mercados, muitas vezes pensamos em itens, seja um telefone celular de última geração, um computador moderno ou um sabonete, vendidos a um certo preço para qualquer pessoa que esteja disposta a pagar e que tenha dinheiro. Mas esses não são os únicos tipos de mercados.
Os rins disponíveis para transplantes são escassos. O espaço aéreo também é: aviões gastam muitos dólares por minuto com combustível, e apenas um avião pode ocupar um certo espaço aéreo por vez. O tempo dos passageiros também é caro. Quem recebe um dado rim, em qual sala de operação, e qual caminho de voo deve ser feito em determinado dia: tudo isso exige uma alocação de recursos escassos.
Os hospitais, as universidades e as escolas também operam de acordo com as forças do mercado. E nesses mercados, o dinheiro não é o principal.
A economia representa uma alocação eficiente de recursos escassos, e ela busca fazer com que esses recursos sejam menos escassos.
Os mercados controlam tudo, desde o café que você compra até as escolas frequentadas por seus filhos.
Em um mercado clássico de mercadorias, o preço é o único fator que determina quem compra o quê. O mecanismo aqui é simples: você decide o que você quer e, se você pode pagar por isso, você compra.
Voltando um pouco, o termo “mercadoria” refere-se aos bens que podem ser comprados e vendidos em quantidades, como sacos de feijão por exemplo. Como cada saco de feijão é essencialmente idêntico a todos os outros sacos, o preço é o fator chave para decidir se um cliente vai comprar ou não.
Mas alguns produtos não podem ser classificados como commodities. Por exemplo, um laptop MacBook não é idêntico a qualquer outro computador no mercado; portanto, alguém que escolhe comprar um MacBook ao invés de um Dell, não toma essa decisão apenas baseado no preço, especialmente quando os custos são comparáveis.
Esses chamados ‘mercados de correspondência’ são complexos. Nos tipos mais sofisticados de mercados de correspondência, o comprador e o vendedor precisam “escolher” um ao outro. Nesse caso, o preço dos produtos não determina quem compra o quê. A capacidade de aceitar um pagamento específico, é uma parte, mas não é tudo. Afinal de contas, você não pode comprar um emprego no Google, ou um relacionamento romântico; em ambos os casos, você está lidando com mercados de correspondência.
Para deixar claro, um mercado envolve a ‘correspondência’, sempre que o preço não é o único determinante. E em alguns casos, especialmente quando você lida com recursos escassos, o dinheiro sequer entra na equação (pense em um transplante de rins por exemplo). A escassez de recursos pode criar problemas para os compradores e vendedores em mercados de correspondência. E em alguns casos, a informação imprópria pode levar às correspondências ruins.
Entrar na universidade pode ser muito caro e nem todo mundo consegue arcar com isso. Mas isso não acontece por causa das mensalidades caras. Na realidade, nas universidades seletivas e caras, eles tentam manter as mensalidades a um preço ‘baixo’ o suficiente para que os estudantes queiram frequentá-las. E então essas universidades aceitam apenas uma fração dos alunos que se aplicam. Mas elas não podem simplesmente escolher seus alunos: elas também precisam impressioná-los oferecendo passeios, boas instalações, ajudas financeiras e bolsas de estudo. Isso porque muitos alunos são aceitos em mais de uma universidade. Essa é uma relação muito parecida com um namoro e casamento: os dois lados querem impressionar um ao outro.
Os mercados são como estradas. Algumas vezes ficam lotadas, o que pode gerar acidentes ou interrupções.
É claro, o segredo não é liberar a estrada (ou o mercado) completamente. Para ser bem-sucedido, os mercados precisam ser “largos”, isso é, envolvendo o máximo de participantes que for possível.
No entanto, muita largura pode criar congestionamentos – uma variedade excessiva de opções que confunde os consumidores. Os mercados desaceleram quando os participantes precisam gastar muito tempo avaliando os negócios potenciais.
Os mercados de commodities conseguem evitar esse problema. Se você quer comprar 200 ações da AT&T no mercado de ações de Nova York, você não precisa enviar um pedido ou captar o vendedor. Ao mesmo tempo, o vendedor não precisa apresentar o item – o mercado de ação traz vendedores e compradores juntos, a um nível de preço determinado pela oferta e pela demanda.
Enquanto isso, cada transação no mercado de correspondência deve ser considerada individualmente. Pense no mercado de trabalho, em que cada candidato é avaliado de maneira separada; você pode ver como o congestionamento do mercado pode ocorrer quando existem muitos candidatos para poucas vagas.
Apesar disso, é possível superar esse problema usando novas tecnologias para fazer o mercado rápido, mesmo quando ele é largo. Os smartphones e os aplicativos aceleraram os mercados que exigem fluidez e uma comunicação de duas vias para produzir ofertas e respostas.
Considere o Uber, o aplicativo de transportes. No passado, apenas os táxis podiam pegar passageiros na rua, enquanto os serviços de limusine exigiam reservas com antecedência. Isso significava que os táxis tinham o monopólio sobre o mercado de transporte rápido.
A proliferação dos smartphones mudou isso tudo, liberando inúmeras limusines e carros privados que tinham o costume de ficar parados. O Uber não inventou o hardware ou introduziu frotas de carros novos, a empresa simplesmente desenvolveu um software que ajudou a tornar o mercado de transportes mais amplo e rápido ao mesmo tempo.
A maioria de nós acredita que os mercados são abertos e justos. Mesmo assim, algumas pessoas tentam se aproveitar do sistema, o que pode levar a mercados desequilibrados. Em mercados desequilibrados, ambos os compradores e vendedores são privados da informação que precisam para tomar as melhores decisões.
Por exemplo, nos Estados Unidos, a maioria dos novos advogados em grandes empresas foi contratada como associados de verão, cerca de dois anos antes de terminar a faculdade de direito. Estudantes de direito recebem “ofertas relâmpago” de empresas – ofertas do tipo “pegar ou largar”, disponíveis por um período de tempo limitado.
Fazer esse tipo de pressão, acaba com a competição pelos melhores candidatos, entre os escritórios de advocacia, já que pode diluir a quantidade de bons futuros advogados no mercado. Além disso, os participantes acham difícil resistir à tomada de decisão antecipada; eles percebem que se quiserem esperar para tomar uma decisão, provavelmente perderão para as pessoas que não querem esperar. Esse é um sistema defeituoso por duas razões: primeiro, os escritórios fazem ofertas sem terem informações sobre o desempenho do candidato nos dois últimos anos da faculdade. Em segundo, os estudantes são obrigados a aceitar ou rejeitar as ofertas sem saber que outras ofertas podem surgir.
Nos anos 80, a National Association for Law Placement (NALP) dos Estados Unidos, tentou resolver esse problema ao instituir uma regra que barrava estudantes de direito do primeiro ano de aceitar ofertas, até que tivessem completado o primeiro semestre. Mas, é claro, já que os advogados se especializam em conhecer as regras e descobrir brechas, os escritórios rapidamente encontraram maneiras de burlar esse regulamento; como resultado disso, advogados iniciantes ainda enfrentam um mercado de trabalho problemático.
As escolas públicas de Nova York oferecem um estudo de caso sobre como o design e a inovação podem melhorar drasticamente os mercados problemáticos.
No passado, o sistema escolar era muito congestionado e ineficiente. Para começar, os participantes só trocavam informação via correio. E porque algumas escolas só admitiam candidatos que colocavam essas escolas como primeira opção, os estudantes ficavam relutantes em revelar suas verdadeiras preferências. Para piorar a história, algumas escolas se recusavam a dar informações, negando lugares a certos alunos para manter os lugares vagos para seus candidatos preferidos. De maneira similar, alguns pais aprenderam que, suplicar diretamente para os diretores das escolas, poderia garantir um lugar para seus filhos, contornando o sistema corrupto.
Esses fatores produziram um mercado paralelo governado pelos caos e congestionamento. Muitos estudantes lutaram para entrar em suas escolas preferidas, e os currículos das escolas eram sempre determinados no último instante, antes do início do ano escolar.
Mas, em 2003, o Departamento de Educação pediu ajuda. Então desenvolveram um sistema computadorizado de compensação. Era basicamente um mercado eletrônico e centralizado, que usava um algoritmo para organizar os estudantes nas escolas, baseado nos interesses de todos os participantes, os estudantes, os pais e as escolas. Esse algoritmo garantia que ambos estudantes e escolas, tivessem maior probabilidade de conseguir seus resultados desejados, se fossem verdadeiros sobre suas preferências e rankings. Então, se um estudante não foi aceito em sua escola de primeira escolha, as chances de ele ser aceito em sua segunda escolha não seriam acidentais. Comparando com o sistema original, em que certas escolas só queriam aceitar alunos que as colocassem como primeira escolha, esse sistema era excelente.
Vimos como melhorar o fluxo de informação pode melhorar os mercados, mas existe uma dificuldade com isso: muita informação cria novos problemas.
Esse é o paradoxo do projeto do mercado: com o aumento e o barateamento da facilidade de comunicação, ela também se torna menos informativa.
Observe a proliferação da comunicação eletrônica. Por um lado, ela trouxe aplicativos úteis como o Uber; mas por outro lado, aumentou dramaticamente o volume de mensagens que recebemos, fazendo com que seja extremamente difícil distinguir entre o que é essencial e o que é irrelevante. Esse nível de sobrecarga de comunicação pode criar um congestionamento dentro dos mercados.
Por exemplo, no passado os estudantes americanos preenchiam formulários individuais para cada universidade que fossem tentar. Mas atualmente, uma plataforma online permite que os estudantes usem um único sistema para aplicar para cerca de 500 universidades americanas.
Embora seja muito mais fácil para os estudantes se aplicarem para mais universidades, é muito mais difícil para as universidades medirem o nível de interesse real de cada aluno.
No entanto, é possível limitar esse congestionamento implementando sinalizações no mercado.
Na Coréia do Sul por exemplo, os exames de admissão para universidades concorrentes muitas vezes são marcados no mesmo dia, limitando o número de universidades que cada estudante pode tentar. Assim, fazer o exame de uma universidade específica, ajuda o estudante a enviar um sinal de interesse para sua universidade de escolha.
O sistema de universidades americano oferece um conjunto diferente de sinais. Algumas universidades pedem aos estudantes para assinarem os livros de visitas quando participam em visitas aos campi. Os candidatos também têm a opção de aplicarem através de um sistema de decisão antecipada – estudantes aplicam em suas escolas preferidas sob a condição de que, se forem aceitos, precisarão se matricular nessas escolas. Como esse sistema de decisão antecipada exige que os alunos enviem um sinal muito forte de interesse para a universidade, as taxas de admissão para esse tipo de estudante são muito maiores do que para o outro sistema.
Vamos pensar agora em doadores de órgãos e nos preços envolvidos nisso. Existem muitos pacientes que necessitam de um novo rim por exemplo, há indicações de aproximadamente 100,000 pessoas em lista de espera, apenas nos Estados Unidos; e não existem tantos doadores assim. Se o mercado de rins funcionasse como os mercados de commodities, os rins poderiam ser precificados. Nesse caso, uma pessoa com muito dinheiro facilmente conseguiria um doador compatível. Além disso, alguém com um preço de compra muito alto, também atrairia possíveis compradores. No entanto, o mercado de commodities não reflete a ideia absurda ou a repugnância envolvida na venda de órgãos. A transação de órgãos (venda ou compra) é ilegal, o que significa que o preço do rim como commodity é zero – ele deve ser um presente.
A ideia hipotética de que, quem tem dinheiro também terá poder, está incorreta. Como sociedade, temos diferentes percepções sobre dinheiro e sobre o quê o dinheiro pode fazer. Além disso, também existe na sociedade a percepção de que ter dinheiro pode garantir boa saúde. No entanto, se pensarmos no caso de doadores de órgãos por exemplo, essa hipótese vai contra a ilegalidade de vender ou comprar um órgão, o que torna o dinheiro insignificante.
Muitas vezes você é pego em um dilema: deve se casar ou deve terminar seu relacionamento? Quando você tem um mercado mais amplo, quando está na universidade por exemplo e convive com muitas pessoas solteiras da sua idade, sua decisão pode ser bem diferente de quando o mercado está mais escasso e a maioria das pessoas ao seu redor já se casou. Mas cada mercado de casamento é diferente um do outro, e o tempo das transações depende da disponibilidade presente e futura. Por exemplo, as mulheres hoje em dia decidem se casar muito mais tarde do que antigamente, e isso transforma toda a dinâmica desse mercado, já que não há mais tantas mulheres novas disponíveis.
Tornar os mercados seguros é uma das maiores dificuldades de todos os tempos. Vamos considerar por exemplo a Internet. As abordagens para tornar os mercados online confiáveis e seguros, estão em constante evolução. Até hoje, o foco tem sido em fornecer métodos seguros de pagamentos, fornecendo uma garantia para as transações incorretas, e construindo sistemas de feedback para que compradores e vendedores confiáveis desenvolvam uma boa reputação.
O eBay foi um dos primeiros a resolver esses problemas. Antigamente poucos vendedores tinham uma boa reputação, e eles precisavam começar do zero. E o problema da confiança afetava não só os vendedores, mas os compradores também. Essas dificuldades motivaram o site a criar o sistema de feedbacks do eBay, que foi desenvolvido antes dos mecanismos de pagamentos online como o Paypal. Esse sistema de feedbacks permitia que ambos, compradores e vendedores, dessem feedback um sobre o outro, e esses feedbacks ficavam disponíveis para as futuras transações no site. Mas com o tempo, as avaliações ficaram positivas demais, o que fez com que não tivessem mais tanto valor.
Com a ajuda de alguns economistas, o eBay desenvolveu um novo sistema de feedbacks, em que os compradores podiam dar feedbacks mais detalhados aos compradores, de maneira anônima. Esse sistema deu mais valor aos feedbacks e à informação adquirida com eles.
A experiência do eBay revelou outro princípio de bons mercados: os mercados dependem de informações confiáveis. No caso da reputação, os compradores queriam informações confiáveis sobre os vendedores, na forma de informação sobre a experiência de outros compradores. Mas se os compradores se arriscam ou são prejudicados ao passar essa informação para frente, eles não irão fazer isso, e todo o mercado será prejudicado.
Quando o feedback do eBay não era anônimo, um comprador insatisfeito que desse um feedback honesto, podia sofrer retaliação. Quando o eBay fez com que fosse mais seguro revelar a insatisfação, a informação passou a ser mais útil e detalhada.
Nosso mundo é controlado pelos mercados. Seja no supermercado, no hospital, na escola ou em qualquer outro lugar. Os mercados de correspondência representam os diferentes mercados que não envolvem a compra e venda de commodities.
Alguns mercados são mais complicados do que simples transações financeiras, e envolvem aspectos econômicos e humanos diferentes. Para aprender a lidar com cada mercado especificamente, você precisa entender quem são os atores envolvidos e o que está em jogo para eles. Utilizando a teoria dos jogos, é possível analisar e traçar as melhores estratégias em cada situação específica.
Pensar no mundo como um mercado, vai te ajudar a entender o que é mais importante e o que pode ser reconsiderado em cada situação específica.
Dica do 12’: Bem legal esse livro né? Achamos que você vai gostar também do famoso ‘Freakonomics’ de Steven Levitt e Stephen Dubner. Eles exploram questões cotidianas sob uma perspectiva econômica.
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Alvin Elliot Roth é um acadêmico americano. Ele é o professor de economia na Universidade de Stanford e o professorde economia e administração de empresas na Universidade de Harvard. É o presidente da Associação de Economia Americana e fez contribuições significativas para os campos da teoria dos jogos, do design do mercado e da economia exp... (Leia mais)
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